FONTE: Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento Científico de Nutrologia

Ao investigar o comportamento alimentar infantil e as orientações nacionais e internacionais
(SBP, MS e OMS), verifica-se que os documentos atualmente disponíveis são completos,
contém informações coerentes e fundamentais para orientar a introdução e manutenção da AC.
Dentre os motivos pelos quais o BLW ganha popularidade destaca-se a importância dada pela idealizadora sobre a individualidade de cada lactente e seu ritmo, enfatizando as habilidades natas e o empoderamento dos pais em reconhecer em seus filhos seus próprios sinais; porém estas questões comportamentais também devem ser trabalhadas com a AC com a colher, na forma tradicional. O Departamento de Nutrologia da SBP continua enfatizando suas orientações, já anteriormente publicadas, de respeitar o ritmo de desenvolvimento neuropsicomotor de cada lactente; como regra geral, a introdução alimentar deverá iniciar aos seis meses de vida, tanto para lactentes em aleitamento materno como para os alimentados com fórmulas infantis. Ressalta-se ainda, que, desde o início da AC, é importante que essa seja junto com as refeições em família,
incentivando a interação entre os membros da casa. Nesta fase, é de suma importância que os pais sejam orientados a ser o exemplo de hábitos alimentares saudáveis e a munirem-se de paciência, respeitando os limites impostos pela baixa idade, sempre agindo como um facilitador no processo de alimentação, proporcionando um ambiente tranquilo sem a utilização de estratégias coercitivas ou punitivas. Uma frase pode ser o resumo desta orientação: Comer junto e não dar de comer. Reconhece-se que no momento da AC, o lactente pode receber os alimentos amassados oferecidos na colher, mas também deve experimentar com as mãos, explorar as diferentes texturas dos alimentos como parte natural de seu aprendizado sensório motor. Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo com seu tempo de desenvolvimento. Não há evidências e trabalhos publicados em quantidade e qualidade suficientes para afirmar que os métodos BLW ou BLISS sejam as únicas formas corretas de introdução alimentar. As orientações fornecidas pelos autores são coerentes com o desenvolvimento infantil, mas, limitar um processo complexo a uma única abordagem pode não ser factível para muitasfamílias, e, portanto, não pode ser endossado –
como forma única de alimentação infantil – pelo Departamento de Nutrologia da SBP.

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